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O mar, a coroa e a coragem no museu

  • Foto do escritor: jessicafilipasantos
    jessicafilipasantos
  • 7 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

Muitas vezes dou por mim a imaginar como seria a vida na Corte Portuguesa.

Talvez por gostar tanto de História e de romances históricos, ou talvez por sentir que essa época terminou há algum tempo, mas que no fundo não é assim tão distante como parece.


Seja como for, tanto das decisões difíceis que tiveram que ser tomadas, tal como dos tempos mais furtuitos, chega-nos até aos dias de hoje um Património material e imaterial incrível, que fortifica uma cultura tão rica como a nossa.


De todos os locais possíveis que vos poderia trazer, hoje escolhi Cascais e o Museu do Mar - Rei D. Carlos.


Não é novidade para ninguém que, a partir de meados do século XIX, por iniciativa de D. Luís e da sua paixão pelo mar, Cascais começou a ser o lugar de eleição para as férias de verão da Coroa.

E esta presença deixou a sua marca nos mais diversos locais e atividades. Foi aliás aqui, que se iniciou a prática de “ir a banhos” em Portugal!


Entre estes espaços que perduram na memória, destaca-se o antigo Sporting Club de Cascais, fundado pela vontade do então príncipe D. Carlos - filho de D. Luís, de quem se diz ter herdado esta paixão pela imensidão azul que pinta a paisagem.

Palco de lazer, este clube recebeu diversos momentos sociais e promoveu atividades ao ar livre, como o cricket; o primeiro jogo de football realizado em Portugal continental; e até, gincanas de automóvel.


Aberto desde 1992, no espaço do antigo clube, o Museu do Mar foi renomeado em 1997 em homenagem a D. Carlos, que tanto nos deixou, com os seus estudos oceanográficos.


Integrado no Bairro dos Museus e dividido em diversas salas - cada uma dedicada a um tema diferente, mas que se interrelacionam - este é o museu ideal para miúdos e graúdos.

Aqui, os mais pequenos aprendem de forma didática sobre o grande oceano e as raízes da cultura desta bonita vila, ao mesmo tempo que os mais velhos descobrem e leem mais sobre passado, tão presente, deste local.


De paredes azuis, vermelhas e amarelas, que se revestem com ilustrações; objetos arqueológicos; e histórias de vida, através de fotografias e projeções, pequenos relatos e objetos que fizeram parte do quotidiano destas pessoas, o museu dá-nos as boas-vindas na sua sala octogonal (ainda original do Sporting Club de Cascais) e é composto por várias coleções.


A minha preferida? Sem dúvida a sala “Gentes do Mar de Cascais, Pescarias”, onde podem ver alguns objetos utilizados na pesca de diferentes delícias marítimas; os jogos de então; as peças de vestuário utilizadas pelos pescadores; as duras histórias de vida de populares, contadas na primeira pessoa; a explicação da devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, a que recorriam em horas de aflição e, que se traduzia em procissões e romarias; um suporte onde se podem ouvir os pregões das peixeiras; e até o estandarte da Casa dos Pescadores de Cascais.


Contudo, as restantes coleções são igualmente ricas e interessantes, pelos que vos deixo algumas fotografias minhas abaixo e, convido a que saibam mais aqui: https://bairrodosmuseus.cascais.pt/list/museu/museu-do-mar-rei-d-carlos?section=0


E quando andarem pelas ruas de Cascais, não estranhem se ouvirem chamar a este espaço os “Terrenos da Parada”, uma vez que o espaço onde hoje podemos visitar este museu, serviu nos séculos XVIII e XIX, de Parada Militar.


Não deixem de espreitar a casinha azul que se encontra à entrada do museu, para descobrirem como as pessoas se vestiam a rigor para estes momentos; ou de saber mais sobre a obra “Uma Rocha Estranha”, de Bordalo II, que nos elucida sobre o tema da poluição ambiental.


Talvez por também eu gostar tanto do mar, tenha guardado na memória, este como um dos meus museus preferidos desta antiga vila piscatória.


  • Jéssica Filipa Santos




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